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Arquétipos e Vida Simbólica

  • Foto do escritor: Marco Antonio Ramos
    Marco Antonio Ramos
  • 16 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

Carl Gustav Jüng, importante psiquiatra suíço fundador da escola que chamamos de psicologia analítica ou psicologia junguiana, em sua jornada chegou estudar e acessar regiões mais sombrias de nossa psique, vindo a descobrir padrões de comportamentos universais chamados de arquétipos, imagens primordiais comuns a todos seres humanos, pois todos estamos conectados pelo inconsciente coletivo, experiência na qual todos dividimos conjuntamente. É impossível separar a concepção de Jung do arquétipo de sua teoria do inconsciente coletivo. Os arquétipos eram para ele "formas típicas de apreensão" (OC, VOL 8/2, 1971/2013, §280). Temos na primeira camada o inconsciente pessoal, bastante similar ao conceito da psicanálise de Freud na qual detém conteúdos pessoais da própria experiência e história de vida do indivíduo, podendo ter também conteúdos reprimidos se tornando repositório de recordações e experiências esquecidas.


Nomeada de inconsciente coletivo, a segunda camada surgiu através de inúmeros conhecimentos em diversas áreas como mitologia e antropologia, por exemplo, e da observação de elementos similares ou idênticos aos que havia estudado, trazidos por seus pacientes do hospital de Burghölzli, lá viu que estes símbolos e figuras nas quais apareciam frequentemente sem que estes indivíduos sequer tivessem acesso a esses conteúdos e materiais de conhecimento. O inconsciente coletivo é a camada que detém padrões da percepção psíquica comuns a toda a humanidade, ou seja, experiência de padrões de percepção e compreensão psíquica nas quais todos os seres humanos possuem, como pertencentes a raça humana, estando conectada através de um grande coletivo: os arquétipos. O arquétipo em si é um molde psíquico da experiência, no qual vão sendo despejadas experiências individuais e coletivas, e que vão em síntese, tomando forma.


Os símbolos são manifestações dos arquétipos neste mundo; é uma linguagem universal e do nosso inconsciente; são transmitidos através de sonhos. Eles nascem espontaneamente, ou seja, são uma produção espontânea da nossa psique, e não são inventados de modo consciente, mas dizem tanto respeito ao nosso mundo interno e inconsciente quanto o mundo concreto, externo a nós, por este motivo eles unem o que conhecemos de nós mesmos, assim como o que desconhecemos também.


Estas definições indicam não somente a necessidade de se responder questões lógicas e racionais do tipo: “como, de onde, para quê?”, como também busca a significação: “o que isto significa?”.


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Sabemos que nosso mundo atual se encontra bastante desconectado desta linguagem simbólica, porém o símbolo sempre esteve e sempre estará presente, e se trouxermos para a contextualização da pessoa em processo de psicoterapia, esses questionamentos podem abrir caminhos para a busca dos sentidos, estes nunca antes sequer imaginados e olhados pelo paciente, pois “o que será que esses símbolos, e arquétipos possuem de ligação com a minha vida?”, “com meus conflitos?”, “com minhas relações?”, “com meu trabalho?”, etc. É através do processo psicoterapêutico que o paciente poderá se confrontar consigo mesmo. E aí ficou interessado em saber mais sobre os símbolos que regem a sua vida?


REFERÊNCIA JUNG, C. “A natureza da psique” – OC, V. 8/2, 10 ª edição, Petrópolis, Rio de Janeiro, ed. Vozes, 2013.


 
 
 

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